ENCHENTES OCORRIDAS
Como a cidade de Ipanguaçu está situada no centro de uma ilha
formada de aluvião, acumulado no decorrer de séculos, muitas áreas são áreas de
risco, com incidência periódica de desastres naturais, como enchentes e consequente
flagelo de seus moradores. Estas calamidades ocorreram nos anos de 1924, 1947,
1964, 1974, 1985, 1996 e 2004.
Em fevereiro de 2004 ocorreu a maior enchente de nossa
história. A comunidade de Baldum foi a mais atingida, desabrigando centenas de
pessoas com dezenas de casas destruídas. A prefeitura Municipal, suas
Secretarias e toda a sociedade uniram-se, não medindo esforços e trabalho. A
solidariedade aos atingidos prontamente transformou-se em ação.
A proporção da tragédia foi de tal intensidade que a
governadora Wilma de Faria, acompanhada pelo então Ministro das Cidades, Sr.
Olívio Dutra, visitaram o local.
Este fato precipitou em tempo recorde, a transferência das
famílias atingidas.
O Prefeito José de Deus Barbosa Filho e suas Secretarias, em
uma ação firme e rápida, identificaram o distrito de Pedrinhas como uma área
elevada e segura para a implantação e implementação do Programa Municipal de
Habitação, numa parceria entre a Prefeitura Municipal e a Caixa Econômica
Federal.
Hoje o Conjunto Habitacional José de Deus Barbosa, abriga 273
famílias, com toda a infra-estrutura necessária, formando o Distrito de
Pedrinhas, que proporciona aos seus moradores uma moradia digna, resgatando sua
auto-estima e livrando-os da exclusão social, tornando-os verdadeiros cidadãos
ipanguaçuenses.
A enchente que assolou o município nos dias 03,04,05 e 06 de
abril foi consequência dessas altas precipitações que fizeram com que a
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves atingisse a uma cota de sangria de 4,22 de
altura, provocando danos humanos, materiais e ambientais e os consequentes
prejuízos econômicos e sociais.
Segundo Levantamento feito pela Comissão Municipal de Defesa
Civil foram alagadas as seguintes áreas: Bairro Ubarana, Bairro Manoel
Bonifácio, Bairro Maria Romana, Bairro Pinheirão, Bairro Frei Damião, Cohab,
Olho D´água, Baldum, Base Física, Japiaçu, Sacramentinho, Pau de Jucá, Rua
Projetada na travessa Veneza, Rua 23 de Dezembro, Rua São João, Rua Segundo
Mestre, Bairro Nossa Senhora da Conceição, Rua Projetada na Travessa Itu.
Ficaram ilhadas as seguintes áreas: Luzeiro, Cuó, Itu,
Picada, Porto, Lagoa de Pedra e Capivara.
Devido ao estado precário das principais estradas vicinais do
município, ficaram sem acesso à sede as comunidades de Língua de Vaca, Canto
Claro, Angélica, Serra do Gado, Tirafogo, Agrovila Tabuleiro Alto, Agrovila
Olho D´água, São Miguel, Barra e Croa.
A enchente ocorrida fez com que o município ficasse numa
situação de extrema gravidade e contabilizasse 1.199 famílias desabrigadas num
total de 4.059 pessoas. Foram utilizados 42 locais de abrigos públicos, além
dos abrigados em casas de parentes, amigos e alugados.
Os danos materiais foram imensos, 350 casas foram
danificadas, 100 foram destruídas, 02 Escolas públicas foram bastante
danificadas, pavimentações e estradas vicinais também foram danificadas e o
abastecimento d´água e de energia foram comprometidos em algumas comunidades.
No tocante à agricultura os prejuízos foram incalculáveis nas
culturas de subsistência, fruticultura e pecuária. 298 agricultores declararam
suas perdas na EMATER – Unidade Local de Apoio ao Produtor Rural, num total de
650 há perdidos nas culturas acima relacionadas. É bom salientar que 93
agricultores declararam suas perdas com equipamentos e insumos agrícolas.
O prefeito Municipal da Gestão 2008 José de Deus Barbosa
Filho decretou SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
através do Decreto nº 004, de 03 de abril de 2008, posteriormente evoluiu para ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA através do
Decreto Executivo nº 005, de 08 abril de 2008. De acordo com a Resolução nº 3
do Conselho Nacional de Defesa Civil – CONDEC, a intensidade deste desastre foi
dimensionada como de NIVEL GRANDE (NÍVEL 3).
Diante do estado de sofrimento de famílias desabrigadas, O
Poder Público Local tomou todas as providências necessárias para amenizar tal
situação. As famílias foram retiradas das áreas de risco, colocadas em abrigos,
atendidas com Cestas Básicas, colchões, distribuição de água potável,
disponibilização de equipes medicas para os abrigos e distribuição de
medicamentos básicos, dentre outras providencias.
A solidariedade como via capaz de transformar realidade se
fez presente no município de Ipanguaçu. Foram nossos parceiros com a doação de
cestas básicas, roupas, lençóis, colchões, legumes, verduras, mel, etc: EMATER/
Programa Compra Direta, PETROBRAS, Igreja Nossa Senhora de Lourdes, Arquidiocese
de Natal, Grupo de Escoteiros Guy de Larigaudie de Macau, Governo de Estado de
Rio Grande do Norte, Lions Clube, Termoaçu, II Grupamento de Bombeiros Mirins
de Caicó, GIBA Escoteiros de AR Caicós e Armazem Paulina.
Uma grande teia de parceiros foi sendo construída ao longo da
enchente. Agora também os parceiros dos parceiros e a sociedade civil são
mobilizados para ampliar os efeitos das ações da Comissão Municipal de Defesa
Civil e do Poder Público Local porque reconstruir é tarefa difícil, porém
necessária, juntar pedaços, unir forças, sonhos, desejos e ações, são sem
sombra de dúvida dedicar-se a um projeto. Projeto compartilhado por aqueles que
acreditam na reconstrução do que ficou destruído ou danificado, essa
reconstrução tão necessário ao reconhecimento da cidadania como aspecto
distinto do povo ipanguaçuense.
FONTE – SITE DA PREFEITURA DE IPANGUAÇU
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